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"Acervo para memento do ser(mos) - trabalho em progresso"

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... ao longo da história humana temos como desafio (re)encontrar o(s) outro(s) que também o(s) somos.

A presente intervenção, no átrio de entrada da Escola Alberto Sampaio, tem como referência o trabalho de Christian Boltanski. Nomeadamente a obra “Personnes” (traduzível, em simultâneo, por “pessoas” e “zés-ninguém”) que foi apresentada no âmbito da Monumental 2010 no edifício oitocentista, Grand Palais, em Paris. O amontoado de roupa representa um rizoma cuja forma não subordina nem hierarquiza qualquer peça de roupa a um estatuto de
acervo/coleção privada ou museu. As roupas apresentam-se despojadas do aconchego, da memória de um corpo... O amontoado de roupas convoca-nos para fluxos de sentidos, memórias, emoções que cada peça de roupa potencia em cada participante/observador. No emaranhado de linhas, pontos de tensão criados pela simultaneidade e singularidade de cada peça de roupa, o som do bater de um coração procura romper a indiferença do quotidiano. Em anonimato, sem idade, sem etnia, sem género, sem compaixão, o bater do coração convoca-
nos a aproximar e a embrenharmo-nos na busca do outro.

Daniel Almeida

 

“Essa incapacidade de pensar permitiu que muitos homens comuns cometessem atos cruéis numa escala monumental jamais vista. É verdade, tratei dessas questões de forma filosófica. A manifestação do ato de pensar não é o conhecimento. Mas, a habilidade de distinguir o bem do mal. O belo do feio. E eu tenho a esperança de que o pensar dê força às pessoas para evitar a catástrofe nesses raros momentos, na hora da verdade.”

Hannah Arendt

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